terça-feira, 13 de novembro de 2012

INTERFACE SOBRE A GENTIL CONVERSÃO DO GENTIO EM GENTE





















No fundo da clareira nasceu McDonald, herói de nossa gente. Primeiro pensamos em comê-lo, mas com rapidez e praticidade ele nos fast foodeu. Converteu-nos, formatou-nos e nos tendenciou. Atuou em autos de guerrilha gramatical e nos atou nós. Cegos. Cegos nós. Nós, cegos. Antolhos direcionados a uma frente que não é vanguarda. Moderninhos se resguardam sob a sombra da guarda avançada. Nascer na modernidade não faz ninguém moderno. Modernismo é moda vintage pra frentex. Pós-moderno é Modernismo após ontem. O futuro é um presente constante. O passado são filmografias, fonografias, biografias, livrarias... memórias. Mentiras contadas mil vezes são mentiras em proporções mil a mais. Milenares. Lapidadas à veritas. Buraco da memória. Eva comeu a Apple e teve Jobs para digeri-la, mas que indigestão agradável. Ao digerir cifras é preferível a prisão de ventre mantenedora da monarquia abdominal. Reis têm súditos; almirantes, marinheiros; internautas têm seguidores, que seguem seguindo e sendo seguidos, perseguindo e sendo perseguidos, compartilhando, comentando e curtindo os eventos de nenhures. Notificações. Postagens sem postura. O fluxo é unilateral. Vento bom é medido em mega. Sopro da vida. Conectar! A conexão expirou... Apocalipse now! Garanta seu ingresso para o show do fim do mundo a preços populares compartilhando a promoção em sua timeline e estenda sua linha do tempo. O dilúvio é anunciado. Venha, você não pode perder, salve seus dados. Siga o grande argonauta da teia mundial e a fuzarca de nowhere o levará para o sítio das virtuais navegações além da Taprobana. Quem vai, curte; quem não vai, compartilha; quem não sabe, comenta. 

sábado, 10 de novembro de 2012

ACHA QUE SABE

Fala de respeito e violência
Fala de autoridade e urgência
Mas enquanto alguém dispara
Deita no chão com um sorriso na cara
"Não sou marginal, sou rebelde
Mas, ai, como adoro tal espelde"

TEMPÓLVORA

Ficamos mais velhos e mais caseiros, essa é uma evolução natural, ordem natural do tempo. O tempo faz perceber que a casa é a maior riqueza que se tem, geralmente há essa percepção, geralmente, nem sempre. Em meio a chumbo e agressões, eu prefiro minha casa e o que de mais valia há nela e que estava na rua comigo e não se desgarrou mais de mim depois de estampidos e alaridos, envolveu-me numa comunhão genética de confiança, necessidade e dependência. Eu quero minha casa, eu quero minha vida. Se não consegues perceber, se queres ir de encontro ao tempo, ficar mais velha e descontar o tempo perdido, o tempo que te fiz perder, talvez seja isso - não sei, e parece não querer que eu saiba também, essa é a diferença entre nós -, vai e te perde, encontra-te, dissocia-te de mim, mas deixa minha casa. A casa é nossa, mas diante de tal incompreensão, cerrado semblante e "necessidade" de se satisfazer da rua, a casa é minha.